ABSTRACT
A inexistência de inquéritos coprológicos abarcando áreas mais amplas de municípios e estados do Brasil tem acarretado distorçöes estatísticas, näo permitindo a mensuraçäo e visualizaçäo da magnitude das doenças causadas por zooparasitos intestinais. A carência de saneamento básico, a coleta insuficiente e o destino inadequado do lixo doméstico urbano, a inexistência do controle de vetores (moscas e baratas), o baixo índice de escolaridade da populaçäo, a habitaçäo inapropriada, a mobilizaçäo interna da populaçäo e a baixa renda familiar säo fatores que têm contribuído para a manutençäo de elevadas taxas de parasitismo da nossa gente. No município de Maringá, foram coletadas e examinadas 1190 amostras de fezes, sendo utilizados os métodos de Faust, Hoffmann e Rugai. Constatou-se elevado número de indivíduos parasitados (56,9%), cabendo lembrar que o multiparasitismo foi freqüente e que a maioria dos indivíduos pertenciam à faixa etária de 0-15 anos. Coletaram-se também informaçöes relativas ao saneamento básicos, coleta de lixo, presença de moscas no domicílio, tipo de habitaçäo, escolaridade e renda familiar. A análise destas informaçöes, cruzados com as taxas de parasitismos, induz à crença que as condiçöes higiênicas e ambientais da populaçäo envolvida säo precárias, a renda familiar e a escolaridade säo baixas. Viu-se ainda o fluxo migratório rural-urbano e urbano-rural na regiäo é acentuado, parecendo contribuir para a falência da infra-estrutura de água e, especialmente, esgotos das cidades. Estes fatos sugerem fortemente por que as enteroparasitoses säo täo disseminadas em Maringá